A
lua cheia, brilhava branca como neve, posicionando-se no ponto mais alto do céu
negro e frio da noite. As estrelas pontuavam timída e espassadamente, como se
não quisessem serem notadas, mas sim, apenas ressaltar o último luar do ano,
que também seria o primeiro de uma nova era. Com certeza essa noite estava
destinada a marcar o começo de uma série de eventos que transformariam o mundo
que conhecemos.
Faltavam
5 minutos para a meia-noite. O momento que esperei por anos, finalmente havia
chegado. Comecei a caminhar pelo tapete negro, com duas pequenas crianças
segurando minha capa. Mantive meu olhar firme em direção ao trono, dourado com
estofamento de veludo preto, olhando para meu pai, prostado a sua direta, ostentando
um sorriso discreto e um olhar orgulhoso.
Pela
minha visão periférica, pude observar muitos dos nossos irmãos de causa, alguns
pareciam fungar de emoção, outros claramente trocavam comentários empolgados.
Acompanhando-os, estavam os pokémons livres, que decidiram viver conosco.
Vislumbrei
algumas crianças, filhos dos demais, tentando passar pelas pernas dos adultos,
afim de olhar para mim e acenar. Ao mesmo tempo, em que pokémons voavam sobre
suas cabeças, seguindo-os por diversão.
Toda
essa comoção me deixava feliz, não pela atenção centrada em mim, mas sim pela
alegria compartilhada pelos presentes. Estava mais perto dos degraus que
levavam ao trono. Passei pelos seis sábios, ao pé da escada que levava ao
trono, retribuindo-lhes cumprimentos leves com a cabeça, em respeito pelos anos
de dedicação aos meus estudos e ensinamentos.
Aiko e Nagiko,
prostravam-se uma de cada lado de nosso pai, ambas com olhares cheios de alegria
e preocupação conflitantes. Ao terminar de subir os degraus, troquei outro olhar
com meu pai, e me virei de costas para ele, podendo lançar um olhar mais atento
e respeitoso a todos os presentes.
As crianças
que carregavam minha capa, foram acolhidas por minhas irmãs. Todos os olhares
estavam centrados em minha direção. Um silêncio cheio de expectativa pairava
sobre o salão. Alguns woobats, haviam se empoleirado nos portais das janelas,
do lado de fora, espiando curiosamente.
– Caros irmãos
e irmãs, é com muita alegria e satisfação que nos reunímos aqui hoje! – A voz
firme de meu pai, ressou sobre todos – Foram anos de estudo e dedicação, onde
todos contribuímos da melhor forma que podíamos, em prol da nossa causa, ou
melhor, da causa daqueles que convivem conosco, sem poder gozar do livre arbítrio
à que todos os seres vivos têm direito!
Vozes se
ergueram em coro, com palavras de aprovação e incentivo. Salvas de palmas e
assobios, criavam uma trilha sonora temporária, até que meu pai prosseguisse
com seu discurso.
– E hoje, com
a passagem do ano, daremos também início à uma nova era! – Frisou ele – Onde,
lutaremos para libertar todos os pokémons oprimidos que vivem conforme a
vontade de humanos insensíveis e cruéis! E faremos isso, seguindo o
direcionamento de nosso, não mais príncipe, mas sim, rei!
Nesse momento,
uma nova salva de palmas se ergueu. Virei-me para meu pai, ajolheando-me,
enquanto ele pegava uma coroa dourada, cravejada de esmeraldas e outras jóias
preciosas, depositada sobre um pequeno pedestal ao lado do trono. A expectativa
pela oficialização simbólica, criou um silêncio mais intenso e firme.
– Nanaki
Noriyuki, filho nascido do ventre puro, das florestas verdejantes de unova!
Criado como meu descendente, sendo assim, príncipe da equipe plasma! Você foi
escolhido, não por nós, mas pelos governantes primordiais desse continente,
para retomar o que por direito pertence aos pokémons! – Ele depositou a coroa
sobre minha cabeça, pondo sua mãos sobre meus ombros, incintando-me a me
levantar – Declaro-o rei da equipe plasma!
Ao me levantar
e virar-me para olhar para os presentes, ergui minha mão direita e abri um
sorriso singelo. O badalar do relógio foi abafado pela comemoração de todos.
Finalmente, eu poderia lutar contra o sofrimento imposto a todos os pokémons
que eram obrigados a lutar contra sua vontade. E ninguém mais poderia fazer
aquilo, senão eu mesmo, pois fui escolhido pela própria natureza. Eu nasci com
o dom de ouvir a voz dos pokémons, e não podia mais me calar diante do lamento
de tantos... não mais!
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